"A psicologia tem um longo passado mas uma curta história." Herrmann Ebbinghaus



30/03/11

O Caso das Crianças Selvagens

Na nossa última aula, foi-nos dado a conhecer dois casos semelhantes: Genie e Victor. Estas duas crianças, cresceram em condições e ambientes extremos, completamente fora do comum. Sem qualquer tipo de contacto social e cultural.

No caso de Victor, foi encontrado numa floresta em França, sem qualquer tipo de comunicação perceptível ao resto da sociedade. A sua base de comunicação eram grunhidos e alguns gestos. Tudo indicava que o seu comportamento e desenvolvimento se deveu à interacção com os seres vivos do ambiente onde tinha estado inserido. Victor deslocava-se sobre os quatro membros, fazia as suas necessidades fisiológicas onde e quando lhe apetecia, etc. Foi entregue ao cuidado e estudo de Jean Marc Gaspard, sendo que o investigador o submeteu a uma tentativa de ensino.

Genie foi também outro alvo de estudo, encontrada num quarto fechada, presa a um penico e sem qualquer tipo de contacto com o exterior. O único contacto era a presença dos pais, sendo que sempre que ela pronunciava qualquer tipo de som, o pai agredia-a. Por este motivo, Genie assimilou que a produção de som era algo que lhe causava dor. Quando encontrada, quase não sabia andar, tinha os músculos atrofiados e pronunciava alguns sons/grunhidos quando estimulada.

Durante o estudo de ambas as crianças, verificou-se dificuldades no processo de aprendizagem, visto que já tinha ultrapassado o período crítico de aquisição de conhecimentos. Victor havia sido encontrado com cerca de 11 ou 12 anos, e Genie tinha 13, o que reforça ainda mais a ideia do período crítico.

Assim, levanta-se a questão há muito falada: qual o factor que mais influencia o desenvolvimento do indíviduo? O ambiente, onde se cresce, convive, etc? Ou a genética que nos foi passada por hereditariedade?

Gestal; Freud e a Psicanálise

Uma senhora jovem ou uma de idade?
A psicologia da gestalt considera que o objectivo da psicologia é o estudo da experiência do organismo total, ocupando-se da análise dos elementos essenciais que existem nos processos de organização que reúnem os elementos da experiência numa unidade complexa. Os autores desta corrente estudaram os processos perceptivos do sujeito, o comportamento natural do cérebro no processo de percepção. Afirmavam que o conhecimento do mundo e do nosso comportamento dependem e variam de acordo com aquilo que percepcionamos.





Freud, um médico neurologista austríaco, foi o primeiro a defender a existência de actividade psíquica inconsciente. Freud foi também responsável pela recuperação da importância da afectividade na psicologia, sendo que o objectivo é o inconsciente e não a consciência e a razão. Assim, a vida humana é estudada a partir de motivações básicas como o impulso sexual ou o princípio do prazer. Um tema algo controverso foi a defesa deste impulso sexual nas crianças: a satisfação das zonas erógenas, passando por várias fases (oral, anal, fálica, latente e genital). Para se aceder ao inconsciente, eram utilizados vários métodos: a hipnose, a interpretação dos sonhos, a associação livre, os actos falhados e a transferência.

Funcionalismo e Behaviorismo

Esta corrente defende que o objectivo da psicologia é o ajustamento do organismo às exigências do meio. Assim, deve ser estudado não só a estrutura e composição, mas também as funções adaptativas do comportamento e dos processos mentais. William James, afirma que a consciência é o centro para a compreensão dos processos adaptativos, sendo que a mente é utilizada pelo Homem para este se adaptar ao meio.
 John Watson defendia que a psicologia deveria de ser uma ciência aplicada aos animais e aos seres humanos e criticava o estruturalismo, afirmando que os factos da consciência não podiam ser testados e reproduzidos por todos os observadores treinados, pois estes eram influenciados pelas suas características, experiências pessoais, etc. Para Watson, a psicologia não devia considerar nenhum tipo de informação introspectiva, filosófica ou motivacional, mas apenas os comportamentos objectivos, concretos e observáveis. Ou seja, os psicólogos behavioristas estudavam os eventos ambientais (estímulos) e os comportamentos observáveis (respostas). A base desta corrente diz que um estímulo provoca sempre a mesma resposta, logo, seria possível prever comportamentos bem como controlar a sua produção.

Alguns links de interesse: William James; John Watson; Funcionalismo; Behaviorismo.

Wundt e o Estruturalismo


Wundt é o responsável pela criação da psicologia moderna. Criou o primeiro laboratório de psicologia experimental em Leipzig, na Alemanha em 1879. As suas ideias e concepções foram influenciadas maioritariamente pela física. Wundt pretendia encontrar os ‘átomos’ da experiência consciente, ou seja, as sensações e sentimentos. Para chegar à base dos processos mentais, utilizava o método de introspecção controlada. Este método consistia em observadores treinados deveriam, no laboratório, descrever as suas próprias experiências, resultantes de uma situação experimental definida. Posteriormente, os dados eram relacionados e interpretados por uma equipa de psicólogos. Juntamente com este método, também eram utilizados a medição do tempo de reacção e a associação de palavras. O objectivo era descrever uma experiência sem interpretar o que estava a acontecer.

A Origem da Psicologia

A Psicologia surgiu na Antiguidade Clássica, na Grécia Antiga, onde o Homem começou a olhar para si próprio e a querer compreender o mundo. Embora a Psicologia já exista desde esta altura, só no fim do século XIX é que se autonomizou. A verdadeira separação da psicologia e da filosofia deu-se com a criação do primeiro laboratório de psicologia por Wundt.

Aqui está um link que aborda mais explicitamente este tema: História da Psicologia

Introdução

No âmbito da disciplina Psicologia do Desenvolvimento da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, foi-nos proposto a criação de um blog no qual elaborássemos reflexões e formulássemos opiniões sobre as matérias leccionadas e que nos incentivam mais. O nosso grupo é constituído pelas alunas Mariana Valdez, Marta Hurst, Sara Leal e Tânia Feital, da turma 1ºB.