"A psicologia tem um longo passado mas uma curta história." Herrmann Ebbinghaus



28/05/11

Erikson e a Teoria do Desenvolvimento Psicossocial

    Erik Homburger Erikson foi um psiquiatra responsável pelo desenvolvimento da Teoria do Desenvolvimento Psicossocial na Psicologia e um dos teóricos da Psicologia do Desenvolvimento.
    Para mais informações sobre Erikson, consultar o seguinte link: Erik Erikson.
    Para Erikson, o plano potencial de desenvolvimento é definido segundo uma sequência de oito idades do ciclo de vida, atravessadas por crises psicossociais.


    Iremos assim apresentar essas idades e as respectivas crises:

1º Idade (0-18 meses) - Confiança Vs. Desconfiança


    Nesta idade, a criança vai aprender o que é ter ou não confiança. Esta confiança está muito relacionada com a interacção do bebé com a mãe.

    As mães criam nos filhos um sentimento de confiança através daquele tipo de tratamento que na sua qualidade combina o cuidado sensível das necessidades individuais da criança e um firme sentimento de fidedignidade pessoal dentro do arcaboiço do estilo de vida da sua cultura. Isso cria na criança a base para um sentimento de ser aceitável, de ser ela mesma, e de se converter no que os demais confiam que chegará a ser.

    As virtudes básicas que resultam desta crise são a esperança e o impulso.

2º Idade (18 meses - 3 anos) - Autonomia Vs. Dúvida e vergonha


    Este período é dominado pela contradição entre a autonomia e o exercício de uma vontade própria, constituído pela dúvida e vergonha de quem se pode “expor” demasiado quando ainda se é tão dependente. A criança precisa de poder experimentar e de se sentir protegida no processo de autonomização.

    As virtudes básicas que resultam desta crise são a força de vontade e o auto-controlo.

3ºidade (3- 6 anos) Iniciativa Vs. Culpa


    Retoma-se a problemática da fase anterior de forma mais amadurecida. Esta idade relaciona-se com a fase fálica da psicanálise, pois as crianças estão interessadas pelas diferenças sexuais e tem um ego que se relaciona com os outros de forma muito intrusiva. A culpa é descrita como interiorizada, internalizada.
   As virtudes básicas que resultam desta crise são o propósito e a direcção.

4º Idade (6 – 12 anos) - Indústria Vs. Inferioridade


    Erikson utiliza a palavra indústria no sentido de produtividade, de desenvolvimento, de competência. A partir de estudos antropológicos, conclui que, nesta fase, em várias culturas, se fazem importantes aprendizagens sociais. A escola tem por função ensinar o “padrão de acção da sua sociedade”
O versus negativo é o sentimento de inferioridade e de inadequação que lhe advém de não se sentir reconhecida nem segura no seu papel no grupo social a que pertence.

    As virtudes básicas que resultam desta crise são a capacidade e o método.

5ºIdade (12- 18/20 anos) - Identidade Vs. Difusão/Confusão


    É a idade onde, na vertente positiva, o adolescente vai adquirir uma identidade pessoal e psicossocial, isto é, entende a sua singularidade, o seu papel no mundo.
    As fases anteriores deixaram marcas que influenciarão a forma com se lida com esta crise.
    O versus negativo refere os aspectos de confusão de quem ainda não se encontrou a si próprio, não sabe o que quer e tem dificuldade em fazer opções.
    As virtudes básicas que resultam nesta crise são a fidelidade e a devoção.

6ºIdade (18/20 - 30 anos) - Intimidade Vs. Isolamento


    É a idade de jovem adulto que, com uma identidade assumida, poderá criar relações de intimidade com os outros.

    Assim, o adulto jovem, anseia e dispõe-se a fundir a sua identidade com os outros. Está preparado para a intimidade, isto é, a capacidade de se confiar a filiações e associações concretas e de desenvolver a força ética necessária para ser fiel a essas ligações, mesmo que elas imponham sacrifícios e compromissos significativos.

    A vertente negativa é o isolamento de quem não consegue partilhar afectos com intimidade nas relações privilegiadas.
    As virtudes básicas desta crise são o amor e a filiação.

7º Idade (30 – 60 anos)- Generalidade Vs. Estagnação


    
    A generalidade é a fase de afirmação pessoal e de desenvolvimento das potencialidades do ego, nomeadamente no mundo do trabalho e de interesse pelos outros. A pessoa sente-se madura para transmitir mensagens às gerações seguintes. Ter filhos é, frequentemente, um desejo que se insere nesta relação com o mundo.

    A vertente positiva é o sentimento de que se tem coisas interessantes a passar às gerações seguintes. A vertente negativa é a concentração nos seus interesses próprios e superficiais, a estagnação.
   As virtudes básicas que resultam desta crise são o cuidado e a produção.

8ºIdade (depois dos 65 anos) – Integridade Vs. Desespero

    Embora consciente da relatividade dos diversos estilos de vida que deram significado ao esforço humano, o possuidor de integridade está preparado para defender a dignidade do seu próprio estilo de vida contra todas as ameaças físicas e económicas. O desespero é a vertente negativa que advém quando se renega a vida, mas se sabe que já não se pode recomeçar uma nova existência.
    As virtudes básicas que resultam desta crise são a sabedoria e a renúncia.

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